A única comunidade terapêutica da região de Maringá dedicada ao atendimento gratuito de mulheres que sofrem com alcoolismo ou drogadição corre o risco de fechar as portas por falta de recursos para sua manutenção. Se isso ocorrer, muitas mulheres não terão mais onde buscar socorro, já que a maioria das que sofrem com o consumo exagerado de álcool tem vergonha de recorrer a grupos de ajuda mútua, como Alcoólicos Anônimos (AA).
O alerta está sendo feito pelo presidente da Associação Beneficente Casa de Nazaré, Marcelo Esteves, que diz que a situação financeira da instituição está cada vez mais complicada e que ela pode deixar de funcionar em mais um ou dois meses se não receber ajuda.
Esteves se refere à queda na arrecadação de recursos que vem ocorrendo paulatinamente. Ultimamente já não chegam em quantidade suficiente para as despesas normais da entidade.
Recentemente, Esteves publicou um vídeo no canal da Arquidiocese de Maringá em que explica o que é a Casa de Nazaré, sua importância e o que pode acontecer com mulheres que precisam de ambiente específico para tratamento do alcoolismo ou uso de drogas. No vídeo, o presidente da entidade fala também das dificuldades financeiras e o que pode acontecer se houver uma mudança na situação financeira da Casa de Nazaré.
Ambiente para a mulher que sofre
A Casa de Nazaré foi fundada pela Arquidiocese de Maringá em 1998, num esforço do arcebispo dom Murilo Krieger, que mobilizou a comunidade católica para atender mulheres com problemas de alcoolismo. A prefeitura foi parceira, doando uma área de 30 mil metros quadrados em um fundo de vale ao lado do Conjunto Itaparica.

Na Casa de Nazaré o êxito do tratamento depende muito da aceitação da importência perante o problema e da troca de experiência com pessoas que vivem o mesmo dilema Foto: Arquivo
Desde sua fundação, a instituição atende até 20 mulheres ao mesmo tempo, muitas delas vindas de cidades da região.
Segundo a psicóloga Maria Luiza Lemos Dutra, que em vários momentos tem sido voluntária na Casa de Nazaré, o alcoolismo é doença, incurável, grave e fatal, mas que não é tratada com remédios como as demais doenças. Trata-se de uma doença que depende muito do próprio doente, que precisa sua impotência perante o álcool e que, por do álcool, perdeu o controle sobre sua vida. Cabe ao doente pedir ajuda, geralmente junto a outras pessoas que também vivem ou viveram o mesmo dilema, como acontece em Alcoólicos Anônimos.
“Para a mulher é mais difícil, pois mesmo que ela admita o problema, é complicado buscar ajuda, porque os grupos geralmente são majoritariamente de homens e elas se sente constrangida. Na Casa de Nazaré a mulher estará entre pessoas iguais a ela, fica mais fácil trocar experiências, forças e esperanças”, diz a psicóloga.
Além de estar entre iguais e poderem falar abertamente sobre seus sofrimentos, na Casa de Nazaré as mulheres contam com ambiente adequado para o tratamento, que geralmente dura de 8 a 11 meses. Ali recebem alimentação balanceada, participam de grupos de artesanato, estudos bíblicos, aulas de canto, dança, educação física, contam com atendimento psicológico e pediátrico, se precisarem.
Como ajudar a Casa de Nazaré
O presidente Marcelo Esteves diz que a Casa de Nazaré recebe apoio financeiro governamental e de sete paróquias da Arquidiocese de Maringá, mas os gastos são superiores ao dinheiro que chega. Ele está convocando a sociedade maringaense e da região a contribuir com a Casa de Nazaré por meio de doações. Quem se dispuser a ajudar, pode obter maiores informações – e aproveitar para conhecer a instituição – na Rua Rio Samambaia, no Jardim Itaparica, próximo à Avenida Tuiuti, ou pelos telefones (44) 3028-6232 celular:(44 ) 99159-1265.
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