Recentemente, durante o Safratec 2023, promovido nos dias 18 e 19 na Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT) da cooperativa em Floresta, região de Maringá, os visitantes conheceram um trabalho que começa a ser desenvolvido com abelhas sem ferrão. Trata-se do Morada Viva, uma estrutura dotada de várias colmeias e aberturas também para abelhas que, por característica da espécie, vivem solitárias. Essa unidade, também conhecida como “hotel de abelhas”, permanecerá montada para efeito educativo na UDT, segundo informa a coordenadora de culturas perenes da cooperativa, engenheira agrônoma Amanda Caroline Zito.
No Safratec, o projeto chamou a atenção de quem passava e o objetivo, comenta Amanda, era conscientizar os produtores para que desenvolvam suas atividades em harmonia com a apicultura, uma vez que as abelhas, ao atuarem na polinização das plantas, durante a fase e floração, contribuem para o aumento de produtividade das lavouras. “Estima-se que oitenta por cento de toda a polinização, em nível mundial, se deve às abelhas solitárias”, afirma. Na ocasião, os visitantes foram presenteados com maços de pequenos caules de bambu que, pendurados numa varanda, atraem e se tornam moradia para esse tipo de abelha.
De acordo com o projeto da Cocamar, a apicultura vai chegar também na cultura da soja Foto: Rogério Recco
Há alguns anos, sob a coordenação de Amanda, que responde também pelo acompanhamento técnico dos pomares de laranja nas regiões da cooperativa, foi dado início ao projeto Florada Consciente, em que caixas com colmeias de abelhas sem ferrão foram introduzidas nas propriedades. “Além da questão da polinização, que pode ampliar a produtividade de frutos em pelo menos 20%, a finalidade, também, é possibilitar que os produtores tenham uma fonte adicional de renda com a comercialização do mel de laranjeira, um dos mais procurados e caros do mercado”, comenta.
A apicultura promete, agora, chegar também à cultura da soja. Com o projeto Colmeia, vários experimentos foram realizados nesta safra, durante a florada, para avaliar o quanto o manejo com as abelhas pode ajudar no aumento da produtividade e, com isso, promover mudanças na forma de o produtor conduzir sua atividade. Estruturas teladas, divididas em dois compartimentos – um deles com a presença de um exame de abelhas e outro sem nenhum contato das plantas com esses insetos, foram distribuídas por algumas propriedades de produtores cooperados.
A ideia, segundo a coordenadora, é comparar os resultados dos experimentos com os da lavoura normal. A substituição de defensivos convencionais por biológicos é uma das estratégias para viabilizar a convivência da agricultura com as abelhas, o que já vem acontecendo.
Foto: Rogério Recco
Veja também