O ex-deputado José Genoíno e a professora Andrea Caldas fazem nesta quinta-feira, em Maringá, o lançamento do livro “Constituinte – avanços, herança e crises institucionais”, escrito pelos dois, sendo Genoíno testemunha e participante das negociações que marcaram a elaboração do texto da Constituição de 1988.
O lançamento, no Auditório 29 de Abril – Bloco – I-12, no campus sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM), será precedido por um debate com o tema “O Brasil no cenário da crise mundial”.
O livro “Constituinte – avanços, herança e crises institucionais” traz uma análise de Genoino sobre o processo da Constituinte, entre 1987 e 1988, quando forças políticas antagônicas e divergentes se reuniram para chegar ao texto final. A proposta é apresentar avanços, contradições e lacunas em meio à tensão (e à interação) entre essas forças.
“Constituinte – avanços, herança e crises institucionais” fala dos bastidores e conflitos de interesse na elaboração da Carta Maga dos brasileiros Foto: Divulgação
A obra é um diálogo entre gerações políticas distintas, e parte da premissa de que o texto da Constituição não é simplesmente “uma obra de sábios, oráculos e especialistas, mas produto de conflitos, escolhas, conflitos de classe e opções que se colocam numa determinada época histórica”. Os autores apontam que a Constituição de 1988 é, na verdade, uma obra inconclusa do ponto de visto político, e ainda é objeto de disputas.
Genoino e Andrea Caldas
Cearense nascido no povoado de Encantado, José Genoino foi presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Ceará e teve papel de relevância nas manifestações estudantis do período do AI-5, nos anos mais duros da ditadura militar. Depois, entrou na clandestinidade. Atuou na Guerrilha do Araguaia, foi preso e torturado pela ditadura. É um dos fundadores do PT, partido do qual foi presidente. Foi deputado federal e deputado constituinte.
A professora Andrea Caldas tem histórico de militância política em Curitiba Foto: Arquivo
Andrea Caldas iniciou a militância política em meio à reabertura democrática do Brasil, em 1985. Foi dirigente do sindicato dos professores municipais de Curitiba. Foi filiada ao PT e, atualmente, é integrante dos quadros do PSOL. Nos dois partidos, foi integrante de equipes que formularam programas de governo. Atua como militante em defesa da educação pública. Desde 1993, é professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Veja também