A prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Segurança Pública, informou que os quatro integrantes da Guarda Civil Municipal suspeitos de torturar e machucar crianças e adolescentes que estão no Abrigo Municipal foram afastados dos serviços de rua enquanto acontece a investigação do caso. Eles poderão sofrer punições de acordo com o que for apurado na investigação.
Os guardas foram acusados de agredir fisicamente alguns menores, inclusive com uso de spray de pimenta.
O caso só veio à tona porque crianças que vivem no abrigo contaram para colegas de escola que tinham apanhado de guardas municipais. O caso chegou aos professores e à direção da escola, que imediatamente comunicou o Conselho Tutelar, que, por sua vez, acionou a Polícia Civil, por meio do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente, o Nucria.
A suposta agressão teria acontecido no dia 18 de março. Houve uma discussão entre as crianças abrigadas e a servidora respónsável pelo ambiente no momento. Os internos queriam dormir na sala porque os quartos estavam muito quentes e sem ventilação. A discussão se acirrou e a servidora pediu apoio da Guarda Civil Municipal, que é um procedimento usual no estabelecimento. Porém, os quatro guardas que atenderam ao chamado, ao invés de apaziguar a situação, acabaram agredindo algumas crianças.
A delegada Karen Friedrich Nascimento, coordenadora do Nucria, disse que vai ouvir todos os envolvidos, inclusive a direção do abrigo.
Segundo a delegada, as crianças e adolescentes que estão no Abrigo Municipal recebem atenção especial por tratarem-se de pessoas protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) devido a situações complexas em suas famílias. Estão no abrigo quase sempre porque estavam em situação de abandono ou sob violência física, psicológica ou sexual, algumas tiveram os vínculos familiares rompidos ou têm problemas neurológicos ou psicológicos. Portanto, são crianças e adolescentes que estão no abrigo justamente para serem protegidas.
Rindo da situação
Segundo já foi levantado pela polícia, após abrigados levarem tapas, serem levantados pelo pescoço, as crianças disseram que estava impossível permanecer no ambiente devido à presença de spray de pimenta no ar. Eles teriam reclamado à servidora responsável, mas ela, além de não tomar providências, riu da situação.
Os menores disseram à delegada Karen Nascimento que comunicaram também as agressões pelos guardas municipais, mas a servidora teria se omitido de denunciar as agressões.
Segundo a prefeitura, os quatro guardas estão afastados dos serviços de rua enquanto o Nucria realiza a investigação. A servidora também foi afastada, mas ela pediu demissão do cargo.
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