Morreu na tarde desta terça-feira, 30, o pioneiro Gumercindo Carniel, membro de uma das primeiras famílias a chegar em Maringá e que por décadas foi o responsável pela impressão dos jornais Folha do Norte do Paraná e O Diário do Norte do Paraná. Ele tinha 93 anos e já há algum tempo padecia de uma doença degenerativa. “Seo” Gumercindo deixa três filhos, todos com alguma relação com os jornais que existiram em Maringá.
O sepultamento será às 10 horas desta quarta-feira no Cemitério Municipal.
Nascido no interior de São Paulo, Gumercindo Carniel chegou em Maringá ainda era menino, na década de 1940. O pai, José, e a mãe, dona Benedita, compraram terra onde hoje é a região do Borba Gato, para tocar uma roça de café junto com os filhos Darci, Doraci, Vandir, Dilson, Vilson, Vanilde e Gumercindo. Depois a família morou também no Maringá Velho.
A ligação de Gumercindo Carniel com a imprensa começou em 1962, quando saiu pelas ruas de Maringá procurando emprego. Viu uma porta aberta na rua Néo Martins, falou que procurava trabalho e lhe ofereceram uma vaga de zelador. Era a Folha do Norte, um jornal fundado pelo bispo dom Jaime Luiz Coelho e, na época, arrendado pelo comunicador Joaquim Dutra, diretor e sócio da Rádio Cultura. Dutra tinha como sócio o jornalista e escritor Antonio Augusto de Assis, o A.A. de Assis.
Com o tempo, Gumercindo se tornou auxiliar de impressão, aprendeu tudo sobre a impressora, apelidada de ‘Catarina’, e se tornou o responsável pelo setor impressão.
Quando na década seguinte Joaquim Dutra e um grupo de empresários decidiram criar O Diário do Norte do Paraná, primeiro jornal impresso em off-set, o empresário só fez questão de levar dois funcionários da Folha: Gumercindo Carniel e o fotógrafo Moracy Jacques.
Gumercindo nunca tinha ouvido falar em off-set, mas teve que aprender tudo sobre o novo jeito de imprimir jornal. E aprendeu e por quase 40 anos foi o chefe da Impressão do O Diário, que mudou de dono várias vezes, mas não mundou o impressor.
Carniel trabalhou no O Diário até ser vencido pela idade e ter que se aposentar. Mas, continuou presente, pois seu amigo Frank Silva, dono do O Diário, decidiu homenageá-lo, colocando seu nome no barracão onde ficava a impressora, que também virou ‘Catarina”.