cassação de Francischini

Cassação de Francischini é restabelecida com derrubada da liminar de Nunes Marques pelo Supremo

Durou pouco, talvez umas 24 horas, a alegria do deputado bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil) por ter conseguido retornar ao cargo, do qual tinha sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado por disseminação de notícias falsas sobre as urnas, afirmando em redes sociais que as urnas eletrônicas impediam o voto na chapa Bolsonaro e Hamilton Mourão.

A esperança de continuar no cargo durou somente até a tarde desta terça-feira, 7, quando a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar a decisão liminar do ministro Kassio Nunes Marques que restabeleceu o mandato do deputado estadual bolsonarista.

Os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes restabeleceram a validade do julgamento do TSE, impondo uma derrota aos colegas Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

A liminar de Nunes Marques gerou desconforto entre os ministros porque, em uma tacada, suspendeu um julgamento considerado paradigma no TSE para punir fake news de políticos e, ao mesmo tempo, deu munição aos ataques de bolsonaristas contra o Judiciário, o sistema eleitoral e a segurança das urnas.

Deputado mais votado do Paraná em 2018, Fernando Francischini foi o primeiro político brasileiro cassado pela Justiça Eleitoral por espalhar notícias falsas. O TSE concluiu que ele fez uso indevido das redes sociais ao divulgar um vídeo em que afirmou que as urnas eletrônicas impediam o voto na chapa Bolsonaro e Hamilton Mourão.

 

Nunes Marques atropelou decisão da maioria

Presidente do TSE, o ministro Edson Fachin votou para restabelecer o julgamento da Corte Eleitoral. Ele disse que Nunes Marques atropelou uma “decisão tomada por ampla maioria do Tribunal Superior Eleitoral”.

“Há que se ter redobrada cautela com os argumentos que, a pretexto de afirmar a força normativa de suas normas, realizam práticas desconstituintes, enfraquecendo a democracia e erodindo as regras do regime republicano, o qual se sabe é um regime de liberdade com responsabilidade”, criticou.

Fachin ainda afirmou que o STF não pode ser “omisso” diante de ataques à democracia. O ministro também defendeu que a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar não são “salvo conduto” para candidatos espalharem informações falsas “que só visam tumultuar o processo eleitoral”.

Ao restabelecer o mandato a Francischini, Nunes Marques acabou beneficiando outros três ex-deputados do Paraná que haviam sido eleitos na mesma coligação, entre eles o maringaense Paulo Rogério do Carmo, o Do Carmo, como é conhecido. Na segunda-feira, Francischini e outros dois deputados foram reempossados, mas Do Carmo preferiu aguardar o julgamento de hoje no STF.

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