Morreu nesta quinta-feira, 12, o advogado Alaor Gregório de Oliveira, de 77 anos, que desde que mudou-se para Maringá foi ativo nos movimentos culturais da cidade, participou de grupos de teatro, ajudou a criar a Associação União e Consciência Negra, foi ativo na elaboração do Estatuto da Igualdade Racial, leis de cotas, criação da Semana Zumbi dos Palmares e lutou para estabelecer em Maringá o feriado da Consciência Negra, no dia 20 de novembro, data em que várias cidades brasileiras comemoram o Dia Nacional de Zumbi.
A morte do advogado e ativista Alaor de Oliveira pode virar caso de polícia. Ele passou os últimos anos de vida padecendo de mal de Alzeheimer e vivia em uma casa de repouso que foi fechada recentemente por decisão da Justiça devido a acusações de maus tratos aos internos. Há suspeitas de que Alaor tenha sido uma das vítimas de maus-tratos, a julgar por hematomas encontrados no corpo ao morrer.
Nas redes sociais, várias pessoas lamentaram a morte de Alaor, principalmente pessoas ligadas aos movimentos que combatem as desigualdades. O prefeito Ulisses Maia (PSD) encaminhou para a Imprensa e publicou nas redes da prefeitura e nas suas uma Nota de Pesar pela morte do ativista, destacando que Alaor de Oliveira foi assessor Jurídico da Câmara de Vereadores.
Alaor Gregório de Oliveira mudou-se para Maringá em 1974, vindo de Presidente Prudente para trabalhar no Funrural, onde chegou ao cargo de diretor.
Ele é o segundo ativista dos movimentos pela igualdade racial a morrer em Maringá nos últimos meses. Em abril morreu, vítima de um câncer diagnosticado 25 dias antes, o professor Jairo de Carvalho, de 61 anos, também um dos fundadores da Associação União e Consciência Negra.
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Situação do negro em Maringá, segundo Alaor
Antes que Alaor Gregório de Oliveira começasse a padecer da doença degenerativa que, cinco depois, causou sua morte, a TV Girafa, sob a direção do jornalista Antonio Roberto de Paula, gravou um depoimento em que o ativista fala sobre a situação do negro em Maringá.