Biblioteca da UEM tem a missão de inovar, mas não pode perder sua essência

Numa época em que se pode carregar milhares de livros em um Kindle ou num cartão SD, a biblioteca da UEM tenta acompanhar os avanços tecnológicos sem abrir mão de seu acervo de mais de 400 mil volumes impressos

 

Luiz de Carvalho

Um dos primeiros prédios do câmpus, a biblioteca foi construída ao mesmo tempo que a Reitoria, em 1973

Aos 50 anos, a Biblioteca Central dos Estudantes (BCE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está prestes a passar por profundas transformações, porém, cheia de dúvidas: como passar para o mundo digital sem desprezar o acervo de mais de 400 mil volumes? como ter seu acervo na internet e não perder o conceito de espaço de integração entre alunos? o digital é definitivo ou vai durar apenas alguns dias, como normalmente ocorre no mundo da tecnologia? O que se sabe, porém, é que a mudança é inevitável e para já.

“O mundo está mudando e não há como as bibliotecas pararem no tempo”, diz o diretor da BCE, Ademir Henrique dos Santos. “Em todo o mundo, as bibliotecas estão em um ponto de inflexão, com mudanças drásticas na forma de acessar e consumir conteúdos. Este é o desafio do momento”.

Santos diz que é visível a mudança no perfil do freqüentador da biblioteca. “Até algum tempo atrás, o estudante chegava cheio de cadernos, canetas, fichas; copiava trechos de livros, fazia fotocópias de páginas e mais páginas. Agora ele traz um notebook e às vezes apenas o celular; ao invés de fotocópias, ele faz uma foto da página”.

Se a biblioteca precisa de tempo para escolher quais plataformas vai usar, os jovens usuários têm pressa nas mudanças e querem logo as facilidades proporcionadas pelos avanços tecnológicos, como o livro digital. Esta é uma tendência. Acessível em dispositivos móveis, o livro digital conta com a facilidade de ser visualizado a qualquer hora e lugar. Basta que o usuário disponha de um leitor de texto, tipo Kindle (para ficar no mais famoso), um computador ou um tablet. Em último caso, o acesso se dará no celular de qualquer lugar, inclusive da rua.

 

Tendência sem volta

Com a construção do prédio atual, a Biblioteca da UEM era a segunda maior entre as bibliotecas de universidades brasileiras

Até a virada do século, a biblioteca da universidade de Maringá tinha quatro computadores, que somando a memória e funcionalidade de todos não chega nem aos pés do que se pode conseguir com um celular comum. Internet ainda não existia por aqui, de modo que os quatro aparelhos só serviam para arquivo, fichamento e fazer relatórios.

Mas, desde o ano 2000 que a BCE deu início à sua entrada na era digital. Primeiro passou a arquivar teses e dissertações em formato PDF, que podem ser facilmente acessadas pela Internet, os periódicos recebidos de outras universidades também já estão online, assim como algumas obras disponibilizadas por meio do Portal do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, uma fundação vinculada ao Ministério da Educação).

Para Ademir Henrique, a tendência agora é que as editoras passem a oferecer também seus livros em extensões para leitura online, como PDF, ePUB, Mobi e outras. “Como esta área não para de evoluir, é difícil saber como os usuários usufruirão da BCE da UEM daqui a alguns anos”, diz o diretor.

 

 

 

SophiA, facilidades na palma da mão

Além de já oferecer muito material para acesso online, especialmente teses, dissertações e periódicos, desde o ano passado a Biblioteca Central dos Estudantes disponibiliza também o aplicativo SophiA Biblioteca da UEM, implantado no ano passado.

Disponível nas lojas Google Play e App Store para download gratuito nos sistemas operacionais Android e iOS, de dispositivos móveis, o SophiA realiza  diversos serviços da BCE e das bibliotecas setoriais da UEM, tornando possível fazer a reserva de títulos (quando já estão emprestados para alguém) e renovação de empréstimos sem a necessidade de o usuário ir até a biblioteca.

O app também pode ser utilizado pelos estudantes dos demais campus da UEM e matriculados na modalidade educação a distância.

 

 

Atendimento sem ajuda

A Biblioteca Central dos Estudantes (BCE) da UEM adquiriu três máquinas de autoatendimento, que tornam mais rápidos os processos para emprestar, renovar e devolver obras. O equipamento conta com telas sensíveis ao toque. Agora o usuário faz sozinho todo o procedimento, sem necessidade de ajuda de servidor da biblioteca.

Após fazer a busca on-line entre os mais de 125 mil títulos disponíveis para empréstimo, além de monografias, dissertações, teses, partituras, mapas, periódicos e folhetos, o usuário retira livremente o item desejado na estante física, vai ao autoatendimento, digita seu número de Registro Acadêmico (RA) ou matrícula, acompanhado de senha, e coloca o código de barra da obra no leitor. O comprovante de empréstimo será enviado para o e-mail cadastrado. No mesmo terminal é possível fazer devolução e até cinco renovações de um título.

 

 

Você sabia

  • que a biblioteca da UEM nasceu em uma sala do Edifício Atalaia (onde também estava a sala do primeiro reitor) e ocupou um dos primeiros blocos construídos no campus-sede?

 

  • que somente quando foi mudada para o campus, em 1973, a biblioteca conseguiu juntar os acervos das faculdades que deram origem à UEM?

 

  • que os primeiros livros comprados para a biblioteca chegavam em Maringá em ônibus e eram transportados até o campus em carroças?

 

  • que a BCE quando foi reconstruída era a segunda maior biblioteca de universidade do Brasil, atrás somente da biblioteca da Universidade de Brasília (UnB)?

 

 

 

1,2 mil

é a média diária de freqüentadores da BCE, entre 25 mil e 30 mil por mês

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