Impresso vive era de ouro na virada do século

A década de 1990 foi farta no surgimento de novos jornais e de revistas de diferentes segmentos; no início do século Maringá chegou a contar com quatro jornais diários

 

.A partir dos anos 80 a imprensa escrita de Maringá inicia sua época de ouro. O Diário é comprado pelo colunista social Frank Silva e sua mulher Rosey Rachel, funcionários da empresa; Jorge Fregadolli junta-se ao empresário Wilson Caetano e montam a Folha de Maringá, o jornalista Verdelírio Barbosa recria, com uma pequena diferença no nome, O Jornal de Maringá, onde trabalhou desde que começou no jornalismo; os jornais Folha de Londrina, Estado do Paraná e Gazeta do Povo fortalecem suas sucursais em Maringá e jornalistas locais criam revistas. Nesta esteira marcaram época a PoisÉ, de José Antonio Moscardi, Messias Mendes e Luiz Carlos Rizzo, a Página 9, de Ângelo Rigon, Jorge Fregadolli criou a Tradição e nasceram também revistas de segmentos nas áreas de construção, agronegócio, moda, decoração e saúde.

A partir da virada do século, a cidade chegou a ter quatro jornais diários circulando ao mesmo tempo.


No caso de O Diário, o progresso era evidente. O jornal de Frank e Rosey arrematou num leilão um prédio na Avenida Mauá e no mesmo terreno construiu um barracão para impressão e encadernação, um prédio para arquivo e refeitório e um prédio de três andares ao lado.

Hora de realizar sonhos

O casamento de Frank e Rosey acabou, mas eles continuaram sócios na empresa que construíram juntos. A partir daí, o empresário teve como braço direito o contabilista Josué Tadashi Endo, que começou a trabalhar no O Diário quando era ainda um garoto, mas passou por vários setores e tornou-se um dos maiores conhecedores da empresa. Além disto, trazia de berço o senso de organização comum aos nipônicos.

 

Um dos sonhos de Frank Silva, desde menino, era ser dono da Rádio Cultura, emissora de rádio onde iniciou sua vida profissional. Comprou a rádio e instalou-a no mesmo andar de sua sala, de onde podia acompanhar “de ouvido nu”, como dizia, as conversas no studio.

 

Os filhos começaram a ocupar espaço da estrutura empresarial. A filha Lucienne assumiu uma empresa de sonorização de eventos, outra empresa que explora a propaganda no transporte coletivo urbano e ainda uma editora que publica livros e revistas para segmentos específicos. As três empresas continuam ativas.

 

O filho Michael tornou-se diretor de Conteúdo do O Diário e foi quem comandou a entrada do jornal na internet com a implantação do portal odiario.com, que além da notícia quase que em tempo real, apresentava as edições impressas em versão digitalizada. O ponto com do O Diário chegou a registrar 100 mil acessos únicos em um mesmo dia, marca somente  vista em portais do porte do UOL, G1 e Estadão, e chegou a ser o segundo site do Paraná em audiência.

 

A Rádio Cultura, que mesmo sendo AM competia com as FMs, ficou sob a responsabilidade de Patrícia Silva, com quem o empresário casou. Pathy passou também a assinar uma coluna social.

 

O Diário, que se fez a partir de uma coluna social, nunca abandonou esta área, embora seu diretor-presidente, colunista-mor da cidade, não dispor mais de tempo para a atividade. Assim, tinham colunas de Rose Leonel, Eliel Diniz, Joel Cardoso, Rose Ortega, Jorge Fregadolli, Deodato Yoshida, Violeta Horita, Pathy Silva e Lucienne Silva.

 

 

Com todas as empresas instaladas no mesmo local, o Grupo O Diário chegou a ter até 340 empregados ao mesmo tempo e cerca de 20 carros para atender a reportagem, circulação e Comercial, além de várias motocicletas e bicicletas cargueiras.

5 comentários sobre “Impresso vive era de ouro na virada do século

  1. Pois é, a era romântica dos impressos foi de grande aprendizado. Mas a publicidade venceu e os programas e blogs de “malhos” sobrepujaram a informação verdade pela venda da notícia forjada. Aquela época circulava também a revista Aqui e também a Mulher Atual, do saudoso Antero Rocha. Tempos da era do ouro do Jornalismo, que não voltará mais, infelizmente.

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