Uma equipe de reportagem da TV Maringá, emissora afiliada da Rede Bandeirante, foi agredida na tarde desta quinta-feira, 24, por participantes dos atos antidemocráticos que estão acontecendo na frente do quartel do Tiro de Guerra de Maringá desde a derrota do presidente Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. O repórter Eduardo Leandro e o repórter cinematográfico Rafael Silva foram empurrados, xingados e expulsos ao local aos gritos pelos apoiadores do presidente Bolsonaro que estavam concentrados na frente do TG para pedir a anulação da eleição e intervenção das Forças Armadas.
A reportagem se aproximou no local para mostrar as pessoas na frente do quartel mesmo sendo dia do primeiro jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam a violência contra dois jornalistas da TV Maringá. Os profissionais apenas estavam fazendo seu serviço, como outros profissionais fizeram em todo o Brasil neste dia de participação do Brasil na Copa do Mundo.
As hostilidades começaram assim que a câmera foi erguida. Os agressores xingaram, empurraram e, até mesmo, deram chutes e tapas nos profissionais de forma covarde. Os trabalhadores faziam uma entrada ao vivo na versão regional do programa Brasil Urgente, quando as agressões aconteceram. Participantes do ato tentaram tapar a lente da câmera da emissora com bandeiras e bonés, impedindo a atuação dos profissionais.
Covardes e criminosos
No entender do Sindijor, esse comportamento é inaceitável e precisa ser definido como é. “Os responsáveis pelas agressões aos jornalistas são covardes e criminosos”, diz a nota do sindicato.
“Os profissionais registraram Boletim de Ocorrência e o Sindijor Norte PR e a FENAJ esperam que as autoridades policiais deem um basta à situação. O Tiro de Guerra fica ao lado da 9ª Subdivisão Policial de Maringá. À Polícia Civil, cabe fazer o seu trabalho. Há imagens, da própria emissora, que podem ajudar na identificação dos agressores. Essas pessoas devem ser levadas à justiça”, continua a nota.
Ato golpista
Desde o segundo turno da eleição presidencial deste ano, com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) têm fechado rodovias federais, estaduais e se reunido em frente a quartéis e áreas do Exército Brasileiro. Em atos antidemocrática, eles pedem por “intervenção militar ou federal”, pautas ilegítimas que atentam contra o estado democrático de direito.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tem se omitido e solicitado que esses atos sejam dispersados, seus financiadores identificados, multados e até presos.
“Sindijor Norte PR solidariza-se com a equipe da emissora maringaense; não existe democracia sem liberdade de imprensa”. O Sindijor Norte PR recomenda que jornalistas não deem espaço para esses tipos de ato que atentam contra a democracia. É fato que muitas emissoras, inclusive de Maringá, têm orientado que profissionais não se aproximem desses ambientes. O Sindicato solicita que as empresas de comunicação sigam preservando a integridade física e moral de seus trabalhadores.