blocos de cimento e pavers

Presos da Penitenciária Industrial de Maringá aprendem a fazer blocos de cimento e pavers

Um grupo de 22 internos da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) concluiu o curso profissionalizante de Artefatos e Concretos, oferecido pela unidade em parceria com a empresa ABC Training, com todas as aulas teóricas e práticas realizadas dentro da penitenciária, em um total de 160 horas.

A CPIM está sendo transformada em Penitenciária Industrial de Maringá – Unidade de Progressão e o curso, que teve orientação do empresário José Antonio Gregório, faz parte da programação da Unidade de Progressão para oferecer opções para que o preso aprenda profissões que podem lhe ser úteis ao ser reinserido na sociedade após o cumprimento da pena, bem como alternativa de trabalho enquanto cumpre a pena, recebendo salário mensal para suas despesas, ajudar a família e ainda contar com uma poupança para quando sair da prisão.

blocos de cimento

Os blocos de cimento e os pavers são usados em outras unidades prisionais e adquiridos por empresas e prefeituras Foto: Arquivo

 

O diretor da unidade prisional, Vaine Gomes, disse que para o êxito do curso muito contribuiu o fato de a Colônia Penal contar em suas dependências com uma fábrica de artefatos de cimento onde são produzidos blocos, pavers e sextavados. “Os blocos e pavers feitos pelos próprios presos participantes do curso, durante as aulas práticas, reforçam o aprendizado”, afirma Gomes.

A pequena indústria instalada no pátio da CPIM conta com equipamentos modernos e os materiais ali produzidos são utilizados em obras no Complexo Penitenciário de Maringá, que engloba a Penitenciária Estadual, Casa de Custódia e a CPIM, além de outras unidades prisionais da região, como é o caso da Penitenciária de Campo Mourão. Parte da produção deverá ser aplicada em breve no calçamento da chamada Estrada Velha Maringá-Paiçandu, no trecho em frente às três penitenciárias.

“Durante o curso, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer todo o funcionamento, montagem e manutenção do maquinário, bem como foram treinados para operá-los”, disse o diretor.

 

Ampliando as oportunidades

 

Para o interno Cleberson Itero, ter participado do curso pode ampliar suas opções profissionais. Ele lembra que quando estava fora do cárcere foi procurar emprego em uma fábrica de artefatos de cimento em sua cidade e a vaga lhe foi negada por falta de experiência. O tempo passou, ele acabou caindo no crime, e de volta à penitenciária, teve a chance de se qualificar e agora aproveitou a oportunidade, participando de todas as aulas. E, o mais importante: após o curso já conseguiu uma vaga de trabalho na própria fábrica dentro da unidade, o que significa que ele terá um salário e assim poderá ajudar sua família.

Cristian, 33 anos, completa nos próximos dias 15 anos de prisão e corria o risco de sair 15 anos mais velho e sem saber o que fazer da vida. Porém, diz que as esperanças agora são outras porque ao terminar sua pena e reiniciar a vida fora da prisão poderá contar com uma profissão. Ele foi um dos 22 alunos do professor Gregório e diz que assim tem mais uma alternativa profissional, já que desde que foi transferido para a Colônia Industrial já fez também outros cursos profissionalizantes.

Para a pedagoga da unidade, Ivanir Jolio, que acompanhou de perto todas as aulas, é importante lembrar que “essas pessoas têm direito a uma nova oportunidade, a ter acesso ao mercado de trabalho e a uma vida digna e independente. Os cursos de qualificação oferecidos são a porta de entrada para dezenas de apenados para uma nova vida”.

 

Veja também

“Durante o curso, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer todo o funcionamento, montagem e manutenção do maquinário, bem como foram treinados para operá-los”, disse o diretor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *