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Memorial Kimura reabre e inova com exposições de Washi e quimonos

O Memorial Kimura, instalado em uma das mais antigas fazendas da região de Maringá, aberta ainda na década de 1930 por uma família de imigrantes japoneses, foi reaberto neste sábado e além do acervo que conta a história da vida rural na época da abertura das cidades do norte/noroeste do Paraná, apresenta duas exposições, ambas relacionadas à cultura nipônica.

As visitas podem ser feitas até o dia 10 de outubro mediante agendamento, que deve ser feito pelo e-mail museumemorialkimura@gmail.com

O memorial, que aproveita o casarão que a família Kimura construiu no início dos anos 1950, fica no distrito de Floriano e é hoje um dos mais importantes museus do Paraná, com o diferencial de ser particular e o acervo é formado por objetos que foram do dia a dia da família pioneira. Os Kimura fundaram a comunidade onde hoje é a cidade de Floresta e fez parte do grupo de famílias de japoneses que criou o Colégio São Francisco Xavier.

 

A arte de vestir e fazer papel

Uma das exposições traz 11 quimonos, a roupa tradicional japonesa, sendo alguns modelos mais casuais e outros de festa, usados em cerimônias de casamento.

A segunda exposição é a de Washi, o papel tradicional japonês, registrado em 2014 pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A produção artesanal de papel é desenvolvida no Sítio Kimura desde 2011, num percurso que vai desde a plantação das mudas de amoreira japonesa, cuja fibra é a matéria-prima, até o aprendizado das técnicas de preparação e confecção deste e de outros papéis artesanais, utilizando corantes vegetais e até a terra roxa característica da região. Os papéis expostos foram confeccionados por Iracema Kimura e Rosângela Kimura.

Essas atividades fazem parte do projeto “Memorial Kimura Virtual: fragmentos da ocupação da região e da arte de vestir e fazer papel”, viabilizado por meio do Prêmio Aniceto Matti. O projeto também irá criar umsite para disponibilizarparte do acervo histórico da instituição, que inclui fotografias, documentos, utensílios domésticos e instrumentos agrícolas originais que mostram a introdução de imigrantes no processo de colonização da região Norte do Paraná, a cultura do café e a vida dos trabalhadores rurais do período inicial.

 

O Memorial

Localizado no distrito de Floriano, o Memorial surgiu pela iniciativa de Mario Kimura e seus irmãos e abriu suas portas para a comunidade a partir de 2009. Com recursos próprios, a família restaurou um casarão datado da década de 1950, a primeira escola da região e a tulha de café, impulsionados pela vontade de preservara história local.

“Mais do que a história da família, procuramos mostrar um pouco da história da região que, muito antes da vinda da Companhia de Terras Norte do Paraná, já havia sido habitada por outros povos”, explica a historiadora Rosângela Kimura, uma das responsáveis pelo Memorial Kimura.

O propósito é falar de forma didática sobre o processo de ocupação regional que ocorreu com a entrada dos trabalhadores introduzidos pela Companhia, mas sem deixar de falar da existência de populações que habitaram muito antes a região, como os Kaingang há cerca de 3 mil anos, e povos caçadores e coletores, há estimados 6 mil a 8 mil anos. A propriedade é um sítio arqueológico onde já foram encontrados fragmentos cerâmicos e material lítico dessas populações.

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