Maringá perdeu na noite desta quinta-feira o pioneiro Laurindo Cordiolli, empresário do setor de transportes, restaurador e colecionador de veículos antigos e cabeça de uma família tradicional de Maringá, que por muito tempo foi proprietária da Venda Guaiapó, que antigamente era o centro de uma comunidade rural afastada da área urbana.
Cordiolli tinha 84 anos. O corpo está sendo velado na Capela do Prever da Zona 2 e o sepultamento será às 16 horas no Cemitério Municipal.
Muito antes de fundar a Cordiolli Transportes, Laurindo foi motorista de caminhão e trabalhou fazendo entregas em empresas como a Hermes Macedo e o Mercado Vila Real. Já tinha 40 anos quando fundou sua empresa de transportes.
Mas, a empresa cresceu e hoje a Cordiolli Transportes tem mais de 200 carretas. Ele foi um dos mentores da G-10, a maior cooperativa de transportadores do Brasil.
Cidadão Benemérito de Maringá, Laurindo Cordiolli é pai do secretário de Inovação, Aceleração Econômica, Turismo e Comunicação da prefeitura de Maringá, Marcos Cordiolli, e da jornalista Nilva Cordiolli.
Ele tem sido personagem em muitas matérias jornalísticas como colecionador de carros antigos. Fundou até um museu para guardar suas relíquias. Entre seus carros antigos está o Ford Corcel que pertenceu ao primeiro bispo de Maringá, dom Jaime Luiz Coelho.
Um sonho realizado
Em fevereiro de 2017, quando completou 80 anos, Laurindo Cordiolli viu se materializar um sonho antigo, que ele até dizia que era seu maior sonho: um livro contando toda sua vida, desde o nascimento, a infância na pequena Luzitânia, distrito de Jaboticabal, São Paulo, a vinda para Maringá, o trabalho nas lavouras de café, a compra da Venda Guaiapó pela família e o trabalho como empregado em lojas tradicionais de Maringá, como a Hermes Macedo, o Mercado Vila Real e outras, quase sempre como motorista.
O livro foi uma iniciativa da família para dar de presente a um homem que já tinha tudo. A neta Fernanda, acostumada a ouvir as histórias do avô, juntou o material, colheu mais informações junto aos tios e chamou o biografista Dirceu Herrero para a elaboração do texto, tudo isso sem que o homenageado soubesse. A ver o livro, o coração de 84 anos quase foi a pique, mas resistiu. As lágrimas, não.