jornalistas da Folha de Londrina

Por falta de pagamento, jornalistas da Folha de Londrina entram em estado de greve

Com base em texto divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná – Sindijor Norte PR

 

Jornalistas da Folha de Londrina que estão com salários em atraso e não tiveram sequer o pagamento do 13º de 2021 decidiram entrar em estado de greve como uma forma de protesto pela situação. Os profissionais também aprovaram a paralisação de 1 dia de trabalho, com data ainda a ser definida, para mostrar à sociedade como a empresa tem desrespeitado seus funcionários com sucessivos “calotes”.


A situação dos profissionais da Folha de Londrina é bem parecida com a que viveram os jornalistas do O Diário do Norte do Paraná há quatro anos, quando iniciaram uma das mais longas greves da imprensa brasileira. O jornal que vinha atrasando pagamentos desde 2016, estava em Recuperação Judicial quando a Justiça decretou a falência um ano após o início da greve. O juízo levou em consideração o argumento da Fazenda Nacional, segundo a qual a editora vinha descumprindo o parcelamento de dívida tributária, um débito superior a R$ 4 milhões, sustentando que a empresa buscava se utilizar da recuperação judicial para dilapidar seu patrimônio e se esquivar de suas obrigações.


A Folha de Londrina vem pedindo que os jornalistas fiquem quietos e não façam barulho, algo que beira o absurdo. O gestor, Nicolás Mejía, parece mais preocupado em camuflar a forma desastrosa com que conduz a empresa do que realmente com seus trabalhadores, que de vítimas de um “calote” estão virando “caloteiros”, por não terem como pagar suas próprias dívidas.


Paciência tem sido uma palavra recorrente desde que os primeiros atrasos salariais começaram, ainda em 2019. Nicolás voltou a solicitar, em uma reunião interna neste mês, que os profissionais tolerem o que tem sido feito na gestão da Folha de Londrina com o alerta de que “o pior ainda não chegou”, enxergando um futuro com “possibilidades”, apenas. Confiando no incerto está, ainda, o departamento financeiro, que não consegue sequer prever pagamentos até o quinto dia útil dos meses, com Nicolás liberando verbas a conta gotas.


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) acompanha os corriqueiros atrasos de salários. Já fez diversas notificações  extrajudiciais, além de protocolar denúncias no Ministério Público do Trabalho, que podem evidenciar a real situação da Folha de Londrina a qual nem jornalistas, tão pouco este Sindicato, têm acesso. Uma ação que envolve o atraso e o parcelamentos de salários, com pedidos de obrigação de regularização e danos morais coletivos, já foi distribuída na Justiça.

Em assembleia extraordinária com os jornalistas no dia 10 de fevereiro, o Sindijor Norte PR deixou claro seu papel de luta em favor dos profissionais e pela manutenção de postos de trabalho. Ninguém quer que a Folha de Londrina feche, mas Nicolás Mejía precisa parar de “confiar” e “acreditar” que o futuro será melhor, indo além de promessas vazias. Priorizar resultados “a nível de mercado e a nível financeiro” de verdade, não tornando ainda mais difícil a situação crítica da empresa com a sua gestão.


Aos jornalistas, cabe continuar fazendo seus trabalhos com excelência e qualidade. Estado de greve e paralisação não são solução para Nicolás, mas são direitos dos jornalistas e evidenciam o quanto a Folha de Londrina tem dado “tiros no pé” por sua falta de organização empresarial.


Paralisação

Ainda em assembleia extraordinária no dia 10 de fevereiro, que foi tornada permanente, jornalistas chegaram a definir a paralisação de 1 dia de trabalho. A data prevista era esta sexta-feira (25 de fevereiro). No entanto, em razão do pagamento parcial de salários da Folha de Londrina na última quinta-feira (17), uma nova reunião foi realizada com os profissionais no dia 19 de fevereiro, onde decidiu-se por adiar a paralisação para uma nova data, ainda não prevista.

 

Veja também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *