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Therezinha Seghezzi, da Usina Santa Terezinha e ex-prefeita de Paiçandu, morre aos 92 anos

Maringá perdeu a pioneira Therezinha Meneguetti Seghezzi, que morreu nesta quinta-feira de falência múltipla dos órgãos, aos 92 anos.

Viúva do pioneiro Alberto Seghezzi, falecido em 2011, e mãe de Antonio Roberto (in memoriam), Edner, Carlos Roberto (in memoriam), Ivan,  Júlio Batista e Marcos Alberto Seghese. Ela deixa também sete netos e duas bisnetas.

Therezinha chegou em Maringá em 1946, com 17 anos, quando sua família, vinda de Quatá (SP), comprou terras para abrir uma fazenda onde hoje é o distrito de Iguatemi.

Depois de plantar café e cana por vários anos, a família Meneguetti montou um alambique para fazer cachaça comercialmente, que depois foi transformado em uma usina de açúcar, nascendo assim a Usina Santa Terezinha. O nome é uma homenagem a Therezinha Meneguetti, única mulher de uma família de seis irmãos.

 

 

Entrando na política a pedido do povo

No início da década de 1980, a então empresária, que morava em Paiçandu, foi procurada por um grupo de líderes comunitários e políticos para convencê-la a entrar na política. Disseram a ela que foram feitas pesquisas e a população apontou seu nome como o preferido para cuidar dos destinos do município.

“A política não estava em meus planos, mas me convenceram que todos ajudariam a administrar”, disse ela várias vezes em entrevistas para os arquivos da história de Paiçandu. Por fim, acabou aceitando, disputou a eleição de 1982 e foi eleita com facilidade.

Moradores mais antigos de Paiçandu descrevem Therezinha como uma pessoa de coração imenso, sempre preocupada com o bem-estar de cada morador da cidade. “Era como se fosse a mãe de todos”, disse um pioneiro que hoje mora em Maringá.

O mandato durou seis anos, porque havia sido realizada junto com a de governador, senadores, deputados estaduais, federais e vereadores. A Justiça Eleitoral achou a experiência muito complicada e decidiu prorrogar os mandatos municipais em dois anos para que não houvesse mais coincidência com as eleições estaduais – na época, sob o regime militar, não havia eleição para a Presidência da República.

 

Hora de rever amigos

Em 2019, por iniciativa do vereador Carlos Fenille, o Carlinhos da Band, a Câmara Municipal outorgou a Therezinha Meneguetti Seghezzi o título de Cidadã Benemérita de Paiçandu. Foi uma oportunidade para ela visitar a cidade, rever amigos do passado e apreciar o quanto mudou a cidade em que ela foi a única mulher a governar.

Therezinha Seghezzi

As visitas de Therezinha à Apae de Paiçandu eram sempre motivos de alegria e lágrimas Foto: Arquivo

Ela fez questão de ir à Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que foi implantada na época de sua administração e com total apoio da prefeitura, tanto que a escola recebe o nome da ex-prefeita.

Foi recebida com carinho por alunos e funcionários, não resistiu e foi às lágrimas ao ver o resultado de um trabalho que ela realizou quase 40 anos antes. Todas as vezes que visitava Paiçandu, fazia questão de ir à APAE.

Esteve também na prefeitura, onde foi recebida por funcionários antigos, verdadeiros amigos, e funcionários novos que sempre ouviram falar dela como uma pessoa especial. Em 2015 ela já tinha feito uma visita dessas à cidade e foi recebida com deferência especial pelo então prefeito Tarcísio Marques dos Reis (PT).

O prefeito Ismael Batista publicou nas redes sociais da prefeitura uma Nota de Pesar e decretou luto oficial de três dias em Paiçandu.

“Lamento profundamente a morte da nossa ilustre ex-prefeita Therezinha M. Seghezzi, que deixou um legado importante para a nossa cidade e distrito. Foi uma mulher exemplar e que ao longo da sua carreira contribuiu para o crescimento de Paiçandu e Água Boa. Neste momento de dor e pesar, peço que Deus dê o conforto necessário a todos os familiares e amigos enlutados pela perda”, disse Ismael.

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