Antonio Manfrinato

Antonio Manfrinato faz 100 anos, com amigos, parentes, o prefeito e a bicicleta

Familiares e amigos do aposentado Antonio Manfrinato se reuniram neste 5 de dezembro, sábado, em uma festa em comemoração aos 100 anos do pioneiro de Maringá, que por quase 30 anos morou e cuidou de um cafezal onde hoje é o campus sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e participou do evento da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná para o lançamento de Maringá, no dia 10 de maio de 1947. Antonio Manfrinato faz 100 anos do jeito que desejou: com saúde, cercado pelos familiares e amigos e ainda com uma memória privilegiada, o que lhe permite passar horas e horas contando causos dos tempos antigos.

O aniversário de Tonico Manfrinato teve até um cenário cujas pecas ajudam a contar a historio do pioneiro como a bicicleta que ele usava para percorrer desde a fazenda onde morava às margens do ribeirão Mandacaru onde hoje é a eduem para ir “à cidade’. Também o velho chapéu, que certamente não era o mesmo que usava enquanto capinava o cafezal que existia onde hoje é o campus da UEM ou para ir à cidade, mas é um do mesmo modelo que usou a vida inteira.

Presença de autoridades

O prefeito Ulisses Maia (PSD) foi um dos convidados especiais de Antonio Manfrinato e, como era de esperar, compareceu para levar o abraço neste aniversário. Afinal, como disse Maia, não é sempre e nem todo mundo que pode comemorar 100 anos de vida.

Emocionado, o pioneiro agradeceu a presença do prefeito. “É um presente que vai ficar guardado na minha memória até Deus me levar. Que Ele abençoe o senhor e sua família e que faça sempre o melhor para nossa cidade de Maringá”.

Maia entregou ao lavrador aposentado um certificado. A homenagem foi “Pela passagem dos cem anos, pelas contribuições ao desenvolvimento de Maringá, por seu trabalho e pela formação de uma família que se tornou tradicional em nossa cidade”.

O prefeito já prestou homenagens a Manfrinato  e outros pioneiros em outras ocasiões. “Tenho um carinho especial pelos pioneiros, responsáveis por dar início a essa cidade maravilhosa que vivemos”, frisou.

Antonio Manfrinato, testemunha da história

“Seu” Tonico, como ficou conhecido, nasceu em 1921 em Nova Europa, distrito de Araraquara, São Paulo. Aos 18 anos mudou-se para Andirá, no Paraná, onde se casou em 1943. Chegou a Maringá em 1947, ano em que a cidade foi fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP).

Antonio Manfrinato faz 100 anos

Próximo à antiga cantina da UEM, Antonio Manfrinato e a figueira que viu nascer         Foto: UEM

Quando chegou, Maringá se limitava a uns poucos quarteirões na região hoje conhecida como Maringá Velho. Veio procurar trabalho em derrubada de matas, pois sabia que as terras estavam sendo abertas para a formação de fazendas de café. Logo conseguiu emprego com o engenheiro Aristides Souza Melo, diretor da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, que queria plantar um cafezal próximo ao núcleo urbano, onde hoje é o campus da UEM.

Foi por estar empregado por Aristides que Manfrinato foi convocado pelo patrão para arranjar lenha para um churrasco que a diretoria da Melhoramentos ia dar. Ele conseguiu a lenha numa mata bem na frente do escritório da companhia, mais especificamente onde hoje é a Praça Raposo Tavares.

Pegou a lenha e levou para a churrasqueira, que era uma vala aberta onde hoje fica o Centro Comercial, ao lado da praça.

E assim, Antonio Manfrinato acabou participando da festa em que a Melhoramentos lançou o chamado Maringá Novo, no dia 10 de maio de 1947. Ele ainda se lembra do gosto da carne assada, da cerveja que era mantida gelada em tambores de gelo e do fumaceiro danado que tomou conta de tudo, pois a lenha que ele pegou estava ainda molhada pela chuva da noite.

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