sem teto ocupam prédios abandonados em Paiçandu

Prédios do Minha Casa Minha Vida abandonados há nove anos são ocupados por sem teto

Um conjunto de quatro prédios na Avenida Independência, em Paiçandu, com 240 apartamentos, que começou a ser construído há mais de 10 anos com recursos federais do programa Minha Casa Minha Vida e foi abandonado pela construtora sem conclusão, mesmo depois de ter vendido os apartamentos, foi ocupado na noite desta quinta-feira por dezenas de famílias ligadas ao movimento dos sem teto, coordenado pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade.

 

A ocupação recebeu o nome de Acampamento Dom Hélder Câmara em homenagem ao arcebispo paulista que há cinco décadas já defendia o direito à moradia.

ocupados por sem teto

Denominação da ocupação é uma homenagem ao arcebispo dom Hélder Câmara  Foto: FNL

 

O empreendimento foi uma iniciativa da Construtora Cantareira, de propriedade do empresário Edmar Arruda, que foi deputado federal em dois mandatos, período em que conseguiu recursos do Minha Casa Minha Vida para a construção de conjuntos habitacionais em várias cidades do Paraná.

 

No caso do conjunto de prédios de Paiçandu, que recebeu o nome de Condomínio Residencial Golden Ville Residence, a obra foi parada há nove anos. Na época, a Cantareira alegou que o Banco do Brasil estava atrasando os repasses dos recursos federais, mas foi desmentida pelo banco, que disse que a construtora não estava cumprindo o contrato.

 

Antes de qualquer ocupação, a Frente Nacional de Luta analisou a situação dos prédios abandonados e chegou à conclusão que os imóveis devem ser repassados pelo governo federal a pessoas que estão morando de forma precária ou pagando aluguéis acima de suas condições.

Um dos líderes do movimento, que se identificou como Leandro e advogado da FNL, disse que, além de resolver o problema de quem precisa de moradia, a ocupação busca uma solução para pessoas que entraram na Justiça contra a Cantareira porque pagaram por apartamentos que não lhes foram entregues.

 

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