Um grupo de internos da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) está participando do Maringá Mais Verde, um projeto da prefeitura de Maringá que alia proteção do meio ambiente com a reintegração de presos. Por meio da parceria com o Instituto Ambiental de Maringá (IAM) com a CPIM, os apenados vão trabalhar no reflorestamento e manejo de áreas verdes da cidade.
Inicialmente, o projeto terá a participação de 10 internos em semi-liberdade, que vão atuar na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Unidades de Conservação, incluindo o plantio de novas mudas em áreas degradadas e realizar o manejo desses locais com a retirada, por exemplo, de espécies invasoras. Os apenados receberão um kit com botas, camisetas, calças, protetor solar e repelente.
Mais verde, mesmo
O Maringá Mais Verde foi lançado na manhã desta quinta-feira, 1º, na prefeitura, em cerimônia dirigida pelo prefeito Ulisses Maia (PSD), com a presença do diretor da Colônia Penal, Vaine Gomes, do vice-prefeito Edson Scabora (MDB), presidente do IAM, Juliane Kerkhoff, presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Marcelo Felix, representante do Instituto Rotary de Meio Ambiente, Elizabeth Yoshida, e outros representantes de instituições e da sociedade civil organizada.
O prefeito Ulisses Maia destacou que, além da contribuição para o meio ambiente, o projeto representa a possibilidade de novas oportunidades para os internos. “Mais do que a punição para quem cometeu o ato infracional, é preciso transformar essa pessoa e devolvê-la à sociedade melhor do que quando ingressou no sistema prisional. É isso que essa iniciativa possibilita por meio do trabalho com uma das nossas grandes riquezas, que é a arborização.”
A presidente do Instituto Ambiental, Juliane Kerkhoff, que assumiu a presidência do Instituto Ambiental há seis meses com a proposta de potencializar as políticas ambientais de Maringá com foco na preservação e no desenvolvimento econômico sustentável, afirmou que o projeto vai proporcionar um novo aspecto ambiental para as áreas verdes da cidade. “Essa iniciativa vem para ampliar nosso trabalho e proporcionar a oportunidade de ressocialização para que os internos possam aprender e, quem sabe, tenham o meio ambiente como um ideal de vida e ferramenta de trabalho”, destaca.
Parceria na ressocialização
O diretor da Colônia Penal Industrial de Maringá, Vaine Gomes, reforçou a importância das diversas parcerias com o município para promover a reintegração social dos apenados. Ele também destacou que os projetos devem ser ampliados para que mais internos possam participar.
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O diretor explicou que a CPIM está avançando nos projetos de ressocialização de presos, com a criação da Unidade de Progressão, e que as parcerias são decisivas neste processo por possibilitar ao preso trabalhar, aprendendo uma profissão e ainda recebendo um salário para ajudar seus familiares, cobrir as despesas pessoais e ainda poupar uma parte para que tenha algum dinheiro para iniciar a nova vida ao deixar a prisão.
Bem antes do projeto Maringá Mais Verde, a prefeitura de Maringá tem sido a principal parceira nos projetos de ressocialização de presos em Maringá, empregando mão de obra de apenas em diversos serviços para a comunidade, inclusive nos setores de parques e jardins e viveiro de mudas. Uma dessas parcerias, o projeto Plantando o Futuro, rendeu recentemente o Prêmio Gestor Público à administração municipal pela iniciativa, por meio da Secretaria de Limpeza Urbana, de envolver internos da Colônia Penal no cultivo de mudas, serviços de jardinagem e arborização da cidade. Hoje, cerca de 50 apenados participam dos programas das parcerias entre a prefeitura de Maringá e CPIM e já no início de 2023 a quantidade vai subir para 75.