tito zanko

Tito Zanko deu nobreza, criatividade e erudição à publicidade maringaense

Diretor da Única Propaganda, que morreu no dia 11 vítima de câncer, Tito Zanko chegou na publicidade após uma vida dedicada ao ensino da língua portuguesa e da literatura

Luiz de Carvalho

Com a morte do publicitário Antimidoro Zanko, o Tito Zanko, da Única Propaganda, no dia 11, Maringá perde não somente um diretor de agência, mas principalmente um amante da criatividade, da estética e do esmero na elaboração de um texto. De homem simples criado nos cafezais da região de Maringá, ele especializou-se em licitações, o que levou a Única a administrar as conta de publicidade de prefeituras e autarquias do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, mais esporadicamente, outros Estados.

Tito Zanko morreu no dia 11, enquanto fazia tratamento contra um câncer.

“Ele era um mestre em nosso meio”, disse o publicitário Marcos Teixeira, que integrava o Departamento Comercial do jornal O Diário e era o encarregado pelas negociações com as prefeituras. “O Tito era profundo conhecedor da legislação que rege as licitações e estava sempre disposto a orientar qualquer um sobre como apresentar os documentos certos nos processos licitatórios das prefeituras”.

Em viagem de avião para a Bahia, para uns dias na fazenda da família, Tito com a mulher Odete e o filho caçula Tiago, o tripé que comanda a Única Propaganda

O secretário de Comunicação da prefeitura de Maringá, Marcos Cordiolli, esteve com Tito apenas uma vez, em janeiro deste ano, pouco depois de assumir como secretário da administração Ulisses Maia, e disse que a conversa durou cerca de duas horas e em nenhum momento tratou-se de negócios, mesmo um representando a Comunicação da prefeitura e o outro a agência que administra a verba publicitária da mesma prefeitura.

“Conversamos sobre diversos assuntos. Fiquei impressionado com a erudição do Tito e com a forma instigante que ele abordava certos temas”, contou Cordiolli.

 

Um paraquedista na publicidade

 

Tito nunca se considerou publicitário e às vezes ele mesmo se mostrava surpreso por ir tão bem em um ramo com tantos especialistas. “Caí de paraquedas”, brincava. Brincava, mas no fundo estava falando a verdade: ele entrou na publicidade porque não sabia como se manter produtivo e criativo após se aposentar depois de longa carreira como professor do Curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a mesma em que se formou quando a UEM nem tinha sede e Letras era ministrado em um predinho da Avenida Tiradentes, hoje dentro do terreno do Colégio Marista.

Entrou na publicidade porque sua mulher, Odete Maria Lautenschlager Zanko, era do ramo. Ela tinha a agência Única Propaganda e o ex-professor Antimidoro Zanco achou que lá sua facilidade na elaboração de textos poderia ser útil. Foi, gostou e ficou. E assim, a Única não era mais unicamente conhecida como “a agência da Odete” para ser chamada de “a agência da Odete e Tito”. Assim, o aposto professor deu lugar ao aposto publicitário.

A agência do Tito e da Odete cresceu e logo tinha profissionais em todas as áreas de suas atividades. O ex-professor procurou um espaço em que suas habilidades fossem melhor aproveitadas. Assim, numa época em que a comercialização de propagandas entrou em baixa, Tito e Odete acharam que uma alternativa seria a prestação de serviços para prefeituras e outros órgãos públicos. Mas, esse território era densamente ocupado por cobras criadas.

O ex-professor voltou à prancheta, desta vez para estudar tudo que dissesse respeito a negociações com o poder público, a legislação que rege os processos licitatórios e administração de verbas públicas para a veiculação de campanhas educativas.

Tanto estudo deu resultado. Desde então, no território das cobras criadas, a Única Propaganda, também conhecida como a agência da Odete e do Tito, virou o bicho papão. Hoje a empresa administra as verbas de prefeituras como Maringá e Sarandi e de várias outras cidades no Paraná e Estados vizinhos.

Um latinista na sala

Pessoas que estudaram Letras na UEM antes de a universidade ter seu Campus Central devem se lembrar do aluno que dominava todas as declinações do Latim e do Grego, sabia o radical de qualquer palavra e de vez em quando substituía o professor Walter Pelegrini à frente da sala. A diferença é que além de não ter o vozeirão que ficou famoso na UEM e no Colégio Gastão Vidigal, o jovem estudante-professor jamais conseguiria fumar meio maço de cigarros Continental sem filtro durante uma aula.

Esse era o Antimidoro, que já naquela época era conhecido como Tito. O jovem tinha jeito de roceiro e de padre, não sem razão. Toda instrução de Tito vinha de anos e anos em seminários de Londrina e Curitiba e talvez ele até pensasse em ser padre. Se a igreja deixou de ganhar um sacerdote, o ensinamento de Português e Literatura agradece, assim como a Publicidade.

A agência do Tito e da Odete cresceu e logo tinha profissionais em todas as áreas de suas atividades. O ex-professor procurou um espaço em que suas habilidades fossem melhor aproveitadas. Assim, numa época em que a comercialização de propagandas entrou em baixa, Tito e Odete acharam que uma alternativa seria a prestação de serviços para prefeituras e outros órgãos públicos. Mas, esse território era densamente ocupado por cobras criadas.

O ex-professor voltou à prancheta, desta vez para estudar tudo que dissesse respeito a negociações com o poder público, a legislação que rege os processos licitatórios e administração de verbas públicas para a veiculação de campanhas educativas.

Tanto estudo deu resultado. Desde então, no território das cobras criadas, a Única Propaganda, também conhecida como a agência da Odete e do Tito, virou o bicho papão. Hoje a empresa administra as verbas de prefeituras como Maringá e Sarandi e de várias outras cidades no Paraná e Estados vizinhos.

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