Luiz Fernando Cardoso

Morre Luiz Fernando Cardoso, jornalista do O Diário Maringá, vítima da covid-19

O resultado do teste que apontou a contaminação saiu no dia em que Luiz Fernando Cardoso completava 40 anos e o falecimento aconteceu no mesmo dia em que completava dois anos que foi decretada a falência do O Diario, jornal em que trabalhou 10 anos

 

 

Editor do blog Café com Jornalista e ex-repórter do O Diário, de Maringá, Luiz Fernando Cardoso morreu por volta das 13 horas deste domingo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Maringá, de complicações causadas pela covid-19. Ele estava internado há um mês, intubado há 26 dias.

 

O jornalista, que fez assessoria de Imprensa para o Sindicato dos Servidores Municipais (Sismmar) e o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá (Sinttromar), tinha 40 anos e era casado com a assistente Financeiro Ines Hartmann.

 

Nascido em Laranjeiras do Sul e criado em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, mudou-se para Maringá no início de 2008 para trabalhar no O Diário, onde integrou as editorias de Cidades e Política. Antes de chegar a Maringá, LF foi redator estagiário na Deutsche Welle, em Bonn (Alemanha) e repórter no Diário de Minaçu (GO). Teve passagem também pela TV Maringá/Bandeirante e por um tempo trabalhou em um jornal de Joinville (SC).

 

Desde que saiu do O Diário, em fevereiro de 2018, editou o blog Café com Jornalista, dedicado à política local.

Luiz Fernando Cardoso

Luiz Fernando e a mulher Inês aproveitando o que a vida oferece de melhor Foto: Álbum de família

 

No final de 2020, LF ajudou a fundar e foi o primeiro editor do semanário O Maringá, de iniciativa de sua ex-colega de trabalho no O Diário Angela Nakano Almeida. Editou apenas a primeira edição, mas deixou definidos os padrões que a publicação mantém até agora.

 

Tudo por um café

Evangélico desde a infância ligado à Igreja Metodista, Luiz Fernando tinha como hobby tocar contrabaixo, adepto da vida saudável, ‘esqueceu’ o carro na garagem e passou a ir para o trabalho de bicicleta, era apreciador de vinhos de qualidade e de viagens, de preferência para outros países. Conheceu a Alemanha, África do Sul, Argentina, Uruguai e estudava Francês, Italiano e Espanhol para um tour pela Europa. Uma marca registrada de Luiz Fernando Cardoso era café fresco e puro e bate-papo.

 

Gostava tanto de café que estavam na agenda os dias de tomar café com amigos, frequentava quase todas as cafeterias e padarias da cidade e chegou ao ponto de colocar café no nome de seu blog e em um de seus livros.

 

O blog, que na verdade foi criado em 2008, antes publicava as crônicas que Luiz Fernando escrevia diariamente sobre assuntos do cotidiano, abordando principalmente fatos pitorescos passados no ambiente de trabalho. Após deixar o O Diário e mudar a direção do blog para a política, aproveitou as crônicas antigas e as publicou em e-books lançados pela Amazon.

 

Escritor retrata o dia a dia

Além de vinho bom, café e viagens, uma das preferências de Luiz Fernando Cardoso era a literatura. Dava preferência aos escritores americanos, dos grandes romances e das históricas policiais, mas, na hora de escrever, preferia as crônicas. Escrevia crônicas quase todos os dias, despretensiosamente, mais como exercício, como mania de quem é das letras.

 

Nos últimos anos, devido ao avanço da tecnologia que libertava o pretenso escritor das amarras das editoras, resolveu selecionar as melhores crônicas e publicá-las somente na internet. Depois conheceu o Kindle e publicou três livros pela Amazon.

Luiz Fernando Cardoso

Orfeu & Violeta continua à venda pela Amazon em siua versão para Kindle Foto: Reprodução

 

O primeiro livro, “Orfeu & Violeta”, chegou a permanecer vários dias entre os mais vendidos da Amazon. É um livro de histórias verdadeiras que se passaram com pessoas de suas relações pessoais, ilustradas pelo amigo Robson Brüning, que foi seu colega de trabalho em Joinville.

 

Publicou também “Quero Café!” e “Nas Curvas de Maringá”, que continuam à venda no site da Amazon. Nas últimas semanas antes do diagnóstico de covid, Luiz Fernando trabalhava na elaboração de um roteiro de viagem, com dicas a viajantes sobre países que conheceu, como Alemanha, África do Sul, Argentina e Uruguai.

 

Nas redes sociais, muitos amigos de Maringá e de outras cidades manifestaram pesar pela morte do jornalista maringaense. O prefeito Ulisses Maia publicou no site da prefeitura, em nome da administração municipal, uma Nota de Pesar pela perda do jornalista.

 

Poucos dias antes da morte de Luiz Fernando Cardoso, outro ex-funcionário do extinto O Diário também morreu de covid-19, Murilo Gatti, morto no dia em que completou 41 anos.

 

 

Jornalistas de Maringá que morreram em 2021

4 comentários sobre “Morre Luiz Fernando Cardoso, jornalista do O Diário Maringá, vítima da covid-19

  1. Eu tava assistindo “meu pai” e no meio do filme pensei nele. “Poxa. O Luiz Fernando vai gostar desse filme”. Quando terminou, coloquei uma música e fui ver o celular. Aí que eu fiquei sabendo. Fui pra sacada. Abri uma cerveja. Tarde linda. Tarde tão triste.

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