Leite Chaves

Morre Leite Chaves, candidato azarão que virou senador pelo Paraná

Morreu neste domingo, 9, em Brasília (DF), o ex-senador pelo Paraná Francisco Leite Chaves, de 93 anos. O corpo será sepultado na Capital Federal, onde o ex-senador residia nos últimos anos.


Leite Chaves tornou-se senador por um golpe de sorte. Paraibano de Itaporanga, ele era advogado do Banco do Brasil em Londrina na década de 1970, período em que os partidos políticos permitidos no País eram somente Arena, que apoiava os militares que tinham tomado o poder, e o MDB, que fazia uma leve oposição, já que os militares tinham poder para prender, cassar e muito mais com quem se atrevesse a fazer oposição a seu estilo de governar.


Nas eleições de 1964, com a Arena forte, o Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, tinha dificuldades para completar a chapa de candidatos a deputados estaduais e federais e nem sequer tinha alguém disposto a concorrer ao Senado pelo partido. Pessoas sem grande expressão, mas que estivessem filiados, cederam seus nomes para completar chapa. Leite Chaves foi um desses, que cedeu seu nome, mas não tinha a menor esperança de ser eleito.


Mas, em plena campanha, houve uma reviravolta em consequência da desaprovação do governo. Em todo o Brasil o MDB deu um banho de votos, principalmente no Paraná, onde teve deputado federal eleito com pouco mais de 2 mil votos. E o advogado do Banco do Brasil que cedeu nome para preencher chapa acabou eleito.


Leite Chaves permaneceu senador por oito anos, depois foi eleito suplente do senador Álvaro Dias e foi senador novamente de 1987 a 1995.
Em 10 de abril de 1986, foi nomeado pelo presidente da República, José Sarney, procurador-geral da Justiça Militar, permanecendo no cargo até 18 de março de 1987. Advogado de carreira do Banco do Brasil, aposentou-se da Diretoria Jurídica. Integrou a delegação brasileira, na qualidade de observador parlamentar, à XXXII Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1977.



O ex-senador Álvaro Dias, amigo pessoal de Leite Chaves, prestou uma homenagem a ele: “Foi no dia 1 de outubro do ano passado meu último encontro com ele. Aos 93 anos de idade, Leite Chaves caminhou conosco desde o Cine Teatro Universitário Ouro Verde até a Rua Pernambuco, quase dois quilômetros. E ao final pediu para discursar. E o fez com a lucidez e o brilho de sempre.”

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