Sikêra Júnior

Sikêra Júnior, que fez campanha contra vacina, atacou negros e gays, é demitido

Conhecido por festejar mortes de pessoas em confrontos com a polícia, por frases homofóbicas, racistas e por fazer campanha contra a vacina no momento em que centenas de famílias perdiam parentes e amigos para o coronavírus, o apresentador Sikêra Júnior teve sua demissão anunciada neste sábado, 8. Foi confirmado hoje pela RedeTV! que o contrato de Sikêra Júnior não será renovado e o programa Alerta Nacional será exibido pela última vez no dia 28 deste mês. A emissora encerrou também o contrato com a TV A Crítica, do Amazonas, responsável por produzir o Alerta Nacional.

 

Um colunista que cobre TV publicou que, para se livrar de uma multa contratual de R$ 17 milhões, a RedeTV! acusa o apresentador de manchar a imagem da emissora com discursos preconceituosos e homofóbicos durante apresentação do “Alerta Nacional” ao longo dos últimos três anos, além de trazer problemas com a Justiça e com o Ministério Público.

 

Na tarde de hoje, a coluna de Gabriel Perline, do Portal IG, informou que a demissão de Sikêra seria questão de tempo. O custo do apresentador seria em torno de R$ 500 mil.

 

O programa comandado por Sikêra Jr. atravessa uma crise de audiência, sem anunciantes e com um salário considerado incompatível.

Sikêra Júnior cancelado

Todos cancelados Foto: Reprodução/RedeTV!

 

Após a veiculação da notícia, Sikêra fez postagens enigmáticas pelo Instagram. Primeiro, postou uma imagem de Jesus recebendo um beijo do discípulo Judas — o que costuma ser associado com traição. Neste sábado, publicou uma imagem do elenco do Alerta Nacional, com a legenda “??????”. Algumas horas depois, publicou uma imagem com o texto “Você não pode mudar as pessoas ao seu redor, mas pode mudar as pessoas ao seu redor. Leia isso de novo”.

 

 

Problemas judiciais

 

De acordo com o colunista Ricardo Feltrin, da UOL, os discursos homofóbicos e extremistas de Sikêra tornaram-se um problema para a RedeTV!. Além da repercussão negativa, os comentários levaram a dezenas de problemas judiciais para a emissora, como investigações do Ministério Público.

 

Em 2021, Sikêra criticou um comercial do Burguer King para o Dia do Orgulho LGBTQIA+ e chamou gays de “raça desgraçada”, o que levou uma fuga de anunciantes do programa e uma ação pública ajuizada pelo Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul.

 

Em fevereiro deste ano, o MPF na Paraíba chegou a pedir a prisão do jornalista por racismo após ele se referir a uma mulher negra como “vagabunda”, “sebosa” e “preguiçosa” durante o programa.

 

Na ânsia de usar o programa para favorecer o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos, o apresentador centrou fogo contra a grande imprensa e, como seu candidato falava mal da Globo, ele decidiu bater na emissora carioca, mas na maioria das vezes sem fundamento e sem prova.

 

No ano passado, Sikêra Júnior virou alvo de processos movidos pela TV Globo. A emissora reuniu uma lista de citações feitas pelo comunicador tratadas como inverdades e pediu uma indenização de R$ 100 mil e retratação ao vivo.

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