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Massas Nápoli, meio século de história, sabor e muita dedicação

A primeira casa de massas de Maringá cresceu baseada em pilares como união familiar, qualidade e dedicação ao clientes

 

As atuais instalações da Massas Nápoli, na Avenida Cerro Azul, na Praça de Patinação, são amplas e bonitas, onde a higiene é evidente e uma parede de vidro, separando a recepção e a cozinha, possibilita acompanhar os vários trabalhadores preparando a receita de lasanha que permanece a mesma há mais de 50 anos, macarrões, ravióli, nhoque, caneloni, rondeli e tantas outras delícias da cozinha italiana, sem contar os molhos caseiros, cujo cheiro desperta sensações e recordações afetivas. A Nápoli é a casa de massas mais antiga e tradicional de Maringá, iniciada em 1970.

 

Segundo Jair de Faveri, fundador da Massas Nápoli, o que garantiu tamanha longevidade e preferência é a qualidade e o padrão do que ali é produzido. “Quem provou nossa lasanha Quatro Queijos 40 anos atrás vai encontrá-la exatamente igual hoje”. Ele diz que desde que o estabelecimento foi criado, nunca saiu nenhum produto que não tenha sido provado por ele próprio e pelos funcionários mais antigos, de modo que é impossível chegar ao cliente algum produto fora do padrão da casa.

massas nápoli

Clientes que comparecem para comprar as delícias da Massas Nápoli também se referem à qualidade do que ali encontram. Segundo eles, o estabelecimento precisa manter uma relação de confiança para que seus clientes voltem sempre e indiquem a casa aos amigos.

 

“Essa relação de confiança entre nós e nossos clientes faz parte de nossa história”, conta Jair de Faveri. “Nos primeiros anos não tínhamos meios para divulgar nossa lasanha, nossas massas, mas os próprios clientes falavam um para o outro e assim a Massas Nápoli foi ficando conhecida”.

Massas Nápoli - Jair Riveri e Alexandre Riveri

Jair Faveri e o sobrinho Alexandre, que assumiu o lugar do pai, Egídio Faveri, como sócio

 

Hoje Jair tem como sócios o sobrinho Alessandro Faveri, que era comissário de bordo da empresa aérea Gol, Maria Inez Zamberlam e Antônio Rauche.

 

 

Meio século de história

Jair de Faveri tinha 20 anos quando criou a Massas Nápoli. Com umas poucas máquinas, alguns sacos de farinha de trigo e algum conhecimento, ele se instalou na Rua Piratininga, no quarteirão entre a Avenida Brasil e a Rua Santos Dumont. Embora fosse o único que entendia do assunto, a empresa era um pequeno negócio de família, pois estavam com ele o irmão Egídio e as irmãs Olga e Leonilda, todos quase crianças.

Massas Nápoli - Egidio Riveri

Egídio Faveri, fundador da empresa, morreu em 2021 e foi substituído pelo filho Alessandro Foto: Arquivo

 

Os irmãos trabalhavam muito e logo começaram a fidelizar os primeiros clientes. Depois de 12 anos, a empresa precisou de mais espaço e mudou-se para a Praça de Patinação – que na verdade chama-se Praça Pedro Álvares Cabral –, onde permaneceu 39 anos. Só recentemente cruzou a praça para o prédio atual.

Massas Napoli Lasanha

As lasanhas feitas pelos irmãos Faveri desde 1970 agradaram o paladar dos maringaenses, fizeram fama e ajudaram a Massas Nápoli a crescer Foto: Arquivo

 

É curioso lembrar que alguns dos funcionários da Massas Nápoli estão com Jair quase que do começo da empresa. Um deles, por exemplo, está na empresa há 40 anos.

 

 

 

 

Decisão e coragem de ‘seo’ Bruno

 

Sempre que conta sua história pessoal, que se confunde com a história da Massas Nápoli, Jair de Faveri faz questão de dizer que tudo teria sido diferente se não fosse a decisão do pai dele, Bruno de Faveri, que sem pensar duas vezes vendeu o pequeno pedaço de terra onde labutava para que o filho iniciasse a casa de massas.

 

‘Seo’ Bruno e dona Assumpta Zamberlan tinham 10 filhos, todos pequenos e vivendo na roça, na região de Cambé. Jair foi o único que foi estudar e chegou a fazer o curso de Contabilidade em Londrina. Enquanto estudava, com 17 começou a trabalhar nos finais de semana em uma casa de massas que pertencia a um tio, em Londrina, depois passou a trabalhar todos os dias e aprendeu a profissão que, embora não fosse rendosa, é apreciada nas famílias de origem italiana.

 

Quando terminou o curso, com 19 anos, surgiu o dilema: um jovem contador sem experiência não teria grandes chances no mercado de trabalho e não ia poder ajudar a família que o sustentou enquanto estudava. E os pais viviam insatisfeitos com as péssimas condições da vida rural na época. No dia em que o jovem Jair falou a ‘seo’ Bruno que já era um profissional do ramo das massas, o pai não pensou duas vezes: colocou o sítio à venda e todo o dinheiro foi para a compra dos equipamentos, insumos e os primeiros meses de aluguem, água e luz.

Massas Nápoli equipe

Jair e Alessandro com parte da equipe Foto: Luiz de Carvalho

 

Jair percorreu a região em busca de um local para começar a firma e não resistiu quando viu o potencial de Maringá.

 

Hoje, 53 anos depois, a Massas Nápoli continua sendo um negócio de família, que ainda trabalha muito, inclusive nos sábados, domingos e feriados, mas agora as condições são outras, bem melhores. Quem chega, logo na entrada vai encontrar uma foto grande de Egídio Faveri, que morreu há dois anos, mas seu lugar foi ocupado pelo filho Alessandro dividindo a direção da empresa.

 

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