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Morre Marcos Casares, funcionário do O Diário por mais de 30 anos

Morreu na tarde desta quarta-feira, 23, em um hospital de Curitiba, o gráfico Marcos Roberto Casares, de 50 anos, ex-funcionário do jornal O Diário de Maringá e que nos últimos anos trabalhava na Associação dos Funcionários Municipais de Maringá (AFMM).

Marcos Casares era casado com a cabeleireira Mara e era pai de um rapaz e de uma moça. O velório acontece nesta quinta-feira na capela Prever do Jardim Alvorada. O sepultamento será as 16 horas no Cemitério Municipal de Maringá.

Segundo familiares, durante a pandemia da covid-19 Marcão, como era conhecido, teve problemas no fígado e exames comprovaram que ele estava com cirrose. Foi iniciado um tratamento, mas a doença avançou e ele teve que ser submetido a sessões de hemodiálise.

Há um ano, Marcos Casares fez um transplante de fígado, se recuperou bem por um tempo, mas seu estado voltou a piorar, levando-o a seguidas internações. Nos últimos dias ele estava internado em Curitiba, mas não resistiu e morreu na tarde desta quarta-feira.

Marcos Casares é homenageado na Câmara

Em 2014, quando o jornal O Diário festejava seus 40 anos, Marcos Casares foi um dos 14 funcionários da empresa homenageados pela Câmara Municipal com o título de Mérito Comunitário.

Marcos Casares

Marcos Casares ladeado pelo vereador Manoel Sobrinho e seu patrão, Frank Silva, na sessão solene de outorga do Título de Consagração Pública Municipal ao O Diário do Norte do Paraná, em junho de 2014     Foto: CMM

A homenagem foi proposta pelo então presidente da Câmara, Ulisses Maia, e aprovada por todos os vereadores. Foram homenageados na ocasião os funcionários que estavam no O Diário há mais tempo, todos com mais de 25 anos de casa.

Marcão e seu irmão Gilberto permaneceram no O Diário por 32 anos e só saíram quando a Justiça decretou a falência da empresa, em abril de 2019.

Eles trabalhavam na Pré-Impressão, o departamento de um jornal em que são preparadas as chapas que vão para a impressora com as páginas do jornal. Hoje esse serviço é todo feito em computadores, é tudo digital, mas quando os irmãos Casares entraram no Diário todo o trabalho era manual e consistia em recortar e colar em uma folha grande de papel as colunas, fotografias de papel e os anúncios.

Esta colagem, chamada past-up, era levada para a fotomecânica, uma gigantesca máquina fotográfica que batia uma foto da página tamanho 1 X 1, ou seja, com o filme (negativo) do tamanho da página do jornal.

Do negativo, a imagem era impressa em uma chapa metálica usada na impressão do jornal. Assim, Marcão e seu irmão Gilberto em mais de 30 anos acompanharam a modernização do jornal, que nos últimos anos podia imprimir todas as páginas coloridas.

Marcos Casares

Ao fim de mais de 30 anos de trabalho na mesma empresa, Marcos chegou à triste conclusão de que não tinha uma profissão definida     Foto: Redes Sociais

Recomeçando a vida fora do O Diário

A exemplo de outros funcionários antigos, Marcão também sentiu na pele a dificuldade de recomeçar a vida com quase 50 anos de idade e sem uma profissão definida. Toda sua vida profissional tinha sido na Pré-Impressão do O Diário, que já não existia mais, e ele não sabia fazer outra coisa.

A falta de alternativa o afetou psicologicamente. Para não ficar desempregado, Marcos Casares conseguiu um emprego como porteiro na Associação dos Funcionários da prefeitura e ultimamente trabalhava no setor de piscinas.

Não há como afirmar que a mudança brusca na vida tenha causado problemas físicos, mas, coincidentemente sua saúde mudou justamente quando não tinha mais o serviço que fez a vida inteira.

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